Basquete

 

A história do basquete azulino é antiga e cheia de glórias. Tempos saudosos onde os ginásios ficavam lotados e as estrelas eram frutos regionais descobertos geralmente nas divisões de base de Remo, Paysandu e Tuna.

A grande maioria dos 64 títulos conquistados pelo Remo nos últimos 15 anos, nas seis categorias oficializadas pela Federação Paraense de Basquetebol (FPB), veio para o Leão graças ao desempenho da escolinha de basquete, que revelou talentos e permitiu ao Leão Azul manter uma invejável hegemonia nos anos 90 do século passado. No cotejo dos títulos arrebatados com aqueles conquistados pelo Paysandu, pela Tuna e pela emergente Assembléia Paraense, o Leão continua em primeiro.

Inédito no Pará, o heptacampeonato paraense adulto constitui-se na mais importante conquista regional do basquetebol azulino, que sempre teve na escolinha da modalidade um celeiro inesgotável de talentos.

Década de 60 – Foi neste período que o Leão conquistou um título almejado, e nunca igualado na categoria adulto: o heptacampeonato paraense (1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965). O Paraense de 1965 foi conquistado por Sérgio Paiva, Guilherme Maia (Galega), Euclides Góes, Haroldo Maués, Nelson Maués, Antônio Pereira (Tó), Benedito Oliveira (Bené), Sérgio Cabeça, Oswaldo Trindade Filho, Bazinho, Cláudio Dias e Carvalinho. O técnico era Roberto bastos e o diretor de basquete, Carlos Chermont. Sérgio Paiva e Guilherme Maia foram os únicos atletas que participaram de todas as campanhas do hepta. Neste período, o Remo jogou 49 partidas, venceu 40 e perdeu apenas nove.

A última vitória do título de 1965 aconteceu sobre o Paysandu, com arrecadação recorde no ginásio Serra Freire (três milhões e cem mil cruzeiros). A partida foi disputada no dia 17 de janeiro de 1966 e o Remo conseguiu vencer por 84 x 79, mesmo depois de sair derrotado no primeiro tempo por 39 x 32.

A reinauguração do Serra Freire, reformado e moderno, foi com uma partida de basquete sobre rodas. Foto: Antônio Cícero

História Recente

Da década de 2000 para cá o Remo vivenciou alguns períodos de hiato no esporte, motivado, dentre outras coisas, pelas condições precárias de seu histórico ginásio Serra Freire. Isso mudou em 2014, quando o Serra foi totalmente reformado e se tornou apto a receber jogos de diversas modalidades.

Mas o hiato não significa que o Clube não obteve títulos e feitos. Um destes títulos, este inesquecível, foi a Copa Norte de Basquete Adulto, realizada em 2002, na cidade de Macapá (AP). O Remo foi a primeira equipe paraense a conquistar a competição que dá acesso à Super Copa dos Campões que reúne os oito melhores times de basquete do Brasil. A competição foi realizada em Campos (RJ), também em 2002 e o Leão terminou na quinta colocação geral. O time campeão da Copa Norte era formado por Luis Pinho Silva (Goya), Alexandre Maués, Gustavo Sampaio, William, Cláudio, Assis, Patrick, Felipe Maia, Silvio, Rodrigues e Matheus. O técnico era Said Frahia; o diretor de basquete, Paulo Sérgio Paiva; e o delegado, Sérgio maués (in memorian). A grande final foi decidida em Macapá -AP contra a equipe da Sociedade Esportiva e Recreativa São José, uma das maiores forças da região no esporte. Os amapaenses ganhavam a partida por 68 a 67, até que o jogador azulino Luis Pinho acertou uma cesta de 3 pontos, em uma bola arremessada do meio quadra, quando faltava 4 segundos para o fim da partida. A cesta garantiu a vitória e o título. Foi neste ano também que o Remo conquistou o bicampeonato paraense adulto de basquete.

O Clube do Remo voltou a ser Campeão Paraense de Basquete em 2014, batendo o maior rival na final, após um longo período de inatividade. Numa noite memorável, com o Serra Freire totalmente tomado pelo Fenômeno Azul, o Leão conquistou o título diante do maior público do Ginásio desde a sua reinauguração.

BiCampeonato Paraense 100%

Em 2015 o Leão voltou a conquistar o título paraense e se tornou BiCampeão com 100% de aproveitamento, vencendo todas as partidas disputadas, contra Cabano, Tuna e Paysandu. O título veio em uma nova vitória sobre o maior rival por 78 x 61 no Ginásio do SESI completamente lotado. O feito garante ao Remo a vaga na Copa Norte de Basquete, que é o caminho para a disputa da tão sonhada Liga Nacional Novo Basquete Brasil.

Edyr Góes – O maior de todos

(O texto desta subseção é de autoria de Letícia Azevedo)

O basquetebol paraense tem um mito, um jogador reconhecido como o grande astro do esporte de todos os tempos no Estado. Seu nome: Edyr Góes, brilhante atleta do Clube do Remo que marcou época nas quadras, entre as décadas de 1950 e 1960.

Nascido em Belém, em 31 de janeiro de 1941, batizado “Edy”, era apaixonado pelo basquete e pelo Remo. Começou a praticar o esporte tão querido quando, aos 15 anos, foi morar com sua madrinha no Rio de Janeiro. Lá, treinou no Vasco da Gama durante um ano, antes de voltar para Belém e ser levado por seu pai para fazer parte da equipe azulina. Daí em diante, apaixonado, não saiu mais!

Edyr, era um esportista nato e, além do basquete, praticava outros modalidades e chegou a ganhar medalhas em atletismo, no salto em altura e à distância, além de praticar voleibol, também no Clube do Remo. Nos jogos estudantis, representando os colégios do Carmo e Souza Franco, também foi medalhista nas cestas.

A verdade é que ele brilhava mesmo como pivô, nas quadras de basquete. O camisa 12 da equipe azulina era fora de série! Se destacava por onde passava. “Todo mundo diz que ele tinha uma facilidade enorme. Ele tinha o apelido de ‘cegonha’, porque quando saltava, era como se fosse uma cegonha voando. Eu o conheci lá (Remo), porque eu jogava vôlei. Nos conhecemos em 1963, ficamos noivos em 64 e, em 25 de setembro de 65, nos casamos”, relembra Diana da Serra Freire Góes, sua esposa, que também é filha de outro grande atleta do clube, o remador Ernesto Serra Freire, o qual dá nome ao ginásio localizado na sede social azulina.

Ao lado de Sérgio Paiva, Guilherme Maia (Galega), Euclides Góes, Haroldo Maués e outros nomes, Edyr, que nunca perdeu nenhum campeonato jogando, foi um dos grandes responsáveis pelo feito histórico do basquete remista; o título de Heptacampeão Paraense, de 1959 a 1965. Na verdade, ele só não participou do campeonato de 1965, o ano do hepta, pois foi estudar agronomia em Minas Gerais.

Seu reconhecimento como grande atleta o levou a ser o primeiro paraense a jogar pela Seleção Brasileira de Basquete, em 1961, disputando com a camisa 4 o Campeonato Luso-Brasileiro. Muito admirado pelo técnico da seleção da época, Togo Renan Soares, o Kanela, com quem mantinha uma ótima relação de amizade, Góes foi convocado para vestir a camisa verde e amarela no Mundial de 1962, mas foi impedido pela malária, doença crônica que lhe acompanhou por alguns anos.

Sobre o nome do herói azulino, Diana conta que ele se chamava “Edy”, mas o próprio gostava de ser conhecido como Edyr, nome o qual foi registrado depois de muitos anos, quando já era casado e com todos os quatro filhos nascidos. Ele não gostava do primeiro nome porque, em Belém, havia uma mulher conhecida na sociedade que era sua homônima, o que lhe rendeu muitas brincadeiras de colegas que diziam que ele tinha um nome feminino.

Adriana Góes, sua filha mais velha, diz que seu pai costumava contar um fato curioso: “Havia um jogador na seleção do Paysandu que tinha a missão de atrapalhar o papai em suas jogadas. Ele deslocava o braço do meu pai em todas as partidas entre os dois clubes, pois ele sabia que o papai tinha um problema no braço, que saía do lugar e o deixava sem poder jogar”.

Durante a época que era atleta, Edyr se dividia entre os jogos do Remo e a fazenda da família, em Muaná, no Marajó. Ele se formou agrônomo, laticinista, e depois de se afastar das quadras, trabalhou no Ministério da Agricultura.

Em junho de 1991, Edyr foi homenageado com uma placa de reconhecimento por seus anos como atleta, oferecida pela Federação Paraense de Basquete, Remo, Paysandu, Tuna e COPM/Lumiar, que dizia: “Ao Edyr Góes, que amou tanto o basquetebol que se tornou o maior jogador paraense de todos os tempos, e foi exemplo de técnica, disciplina e dedicação para os que lhe sucederam”.

O maior nome do basquete paraense nos deixou em 22 de fevereiro de 2013, vítima de câncer, provocado por um tumor maligno no pescoço. Os grandes feitos nas quadras eternizaram o nome de Edyr Góes na história do basquetebol azulino e paraense.

 

Títulos

Títulos Estaduais

31 Campeonatos Paraense de Basquete - 1938, 1939, 1940, 1948, 1949, 1950, 1954, 1956, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1970, 1971, 1972, 1973, 1980, 1982, 1983, 1984, 1991, 1993, 2002, 2008, 2014, 2015, 2016 e 2017.

Sub-12 – Tricampeão Paraense – 2016, 2017 e 2019.

Sub-13 - Tricampeão Paraense – 2016, 2017 e 2018.

Sub-15 – Bicampeão Paraense – 2017 e 2019.

Sub-17 – Bicampeão – 2018 e 2019.

Sub-19 –Campeão Paraense – 2019.

Títulos Nacionais

Copa Brasil Norte de Basquete - 2002.

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